Antigo Egito

 Pré-história

História do Antigo Egito



No final do período paleolítico, o clima árido do Norte da África tornou-se cada vez mais quente e seco, forçando as populações da área a se concentrarem ao longo do Vale do Nilo. Desde que os caçadores e coletores nômades até os homens modernos começaram a viver na região, até o final do Pleistoceno Médio, cerca de 120 mil anos atrás, o Nilo tem sido a salvação do Egito.[1] A planície fértil do Nilo deu aos homens a oportunidade de desenvolver uma economia agrícola sedentária e uma sociedade mais sofisticada e centralizada que se tornou um marco na história da civilização humana.[2]


Período pré-dinástico

Ver artigo principal: Período pré-dinástico do Egito

Nos períodos pré-dinástico e dinástico, o clima egípcio era muito menos árido do que é hoje. Grandes regiões do Egito, estavam cobertas de savanas arborizadas e eram atravessadas por rebanhos de pastagens ungulados. Fauna e flora eram muito mais prolíficas em todos os arredores e na região do Nilo havia grandes populações de aves aquáticas. A caça teria sido comum para os egípcios e este é também o período em que muitos animais foram domesticados pela primeira vez.[3]




Um típico jarro Nacada II decorado com gazelas

Por volta de 5 500 a.C., pequenas tribos que viviam no vale do Nilo haviam se desenvolvido em uma série de culturas demonstrando o firme controle da agricultura e pecuária, e são identificáveis pela sua cerâmica e objetos pessoais, como pentes, pulseiras e colares. No Norte as culturas que mais se destacaram foram a cultura Faium A que começou a tecer e a cultura El-Omari, já que foi nela que surgiram os cemitérios. E no sul do Egito, a Badariana, era conhecida por sua cerâmica de alta qualidade, ferramentas de pedra e seu uso de cobre.[4]


No sul do Egito, a cultura Badariana foi sucedida pelas culturas Amratiana e Gerzeana,[5] que apresentaram uma série de melhoras técnicas. No período Gerzeano, evidências iniciais existem a respeito do contato com Canaã e a costa de Biblos.[6]


No sul do Egito, A Cultura de Nacada, semelhante a Badariana, começou a se expandir ao longo do Nilo por cerca de 4 000 a.C. Quando mais cedo o período Nacada I, os egípcios pré-dinásticos importavam obsidiana da Etiópia, usados para dar forma a lâminas e outros objetos a partir de lascas.[7] Durante um período de cerca de 1 000 anos, a cultura de Nacada se desenvolveu em uma poderosa civilização cujos líderes estavam em completo controle das pessoas e dos recursos do vale do Nilo.[8] O estabelecimento de um centro de poder em Hieracômpolis e, posteriormente, em Abidos, líderes de Nacada III expandiram seu controle sobre o Norte do Egito ao longo do Nilo.[9] Eles também negociaram com a Núbia, ao sul, os oásis do deserto ocidental, a oeste, e as culturas do Mediterrâneo Oriental, ao leste.[9]


A cultura de Nacada fabricou uma gama diversificada de bens materiais, reflexo do crescente poder e da riqueza da elite, que inclui pintura, cerâmica de alta qualidade, vasos de pedra decorados com motivos geométricos e animais estilizados, paletas de cosméticos e joias feitas de ouro, lápis-lazúli e marfim. Eles também desenvolveram um esmalte cerâmico conhecido como faiança, que foi bem usado no período romano para decorar copos, amuletos e figurinhas.[10] Durante a última fase do período pré-dinástico, a cultura de Nacada começou a usar símbolos escritos que acabariam por evoluir para um sistema cheio de hieróglifos para escrever a antiga língua egípcia

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